Ex-diretor-geral da PCDF é condenado por stalking e violência psicológica contra a ex-amante
Ex-delegado-Geral da Polícia Civil, Robson Cândido, tira a tornozeleira eletrônica O ex-diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Câ...

Ex-delegado-Geral da Polícia Civil, Robson Cândido, tira a tornozeleira eletrônica O ex-diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Cândido foi condenado a seis meses prisão pelo crime de stalking e violência doméstica. Cândido foi denunciado por perseguição contra a ex-amante, com quem ele se relacionou por mais de um ano. Robson já havia sido preso em 2023 e, nesta segunda-feira (13), em decisão assinada pelo juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel, o ex-diretor-geral deve cumprir seis meses de prisão em regime aberto e dez dias de multa. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Imagem mostra trecho de depoimento de ex-amante de Robson Cândido TV Globo/Reprodução Cândido foi condenado por dois dos oito crimes pelos quais foi denunciado. A denúncia contra o ex-diretor-geral da PCDF também o acusava de: descumprimento de medida protetiva de urgência; peculato; corrupção passiva; interceptação sem autorização judicial; e violação do sigilo funcional. O delegado Thiago Peralva também foi denunciado pelo Ministério Público (MPDFT) no mesmo caso. Ele foi condenado a dois anos de prisão em regime aberto, mas teve a pena substituída pelo pagamento de multa. A condenação de Peralva se deu pelo "grampo" no celular da ex-amante de Robson. Ele inseriu o número da mulher em uma interceptação telefônica em curso, que apurava crime de tráfico de drogas. "Os documentos constantes atestam que o telefone da vítima foi, de fato, inserido de forma indevida no sistema VIGIA, em operações de interceptação, nas quais ela não tinha qualquer relação. O nome do acusado Thiago Peralva consta como responsável pela inserção do referido número", diz a decisão. Peralva era acusado de auxiliar Robson na perseguição contra a ex-amante, mas foi absolvido dessas acusações. Na decisão, o juiz reforça que o ex-diretor-geral não "necessitou do apoio de ninguém ou de acesso a qualquer sistema para a prática do delito", pois já conhecia a rotina da vítima. O ex-diretor da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, em imagem de arquivo TV Globo/Reprodução O crime Em novembro de 2023 Robson foi preso pelo Ministério Público em sua casa, no Distrito Federal, após denúncias de sua ex-amante e ex-esposa. Depoimentos prestados pelas vítimas e testemunhas, relatam perseguições e ameaças praticadas pelo ex-diretor-geral da PCDF. Na ocorrência registrada pela ex-amante, a mulher afirma que ele não aceitou a decisão de terminar o relacionamento e passou a persegui-la "em todos os locais que frequentava". Ela disse ainda que, por diversas vezes, Cândido invadiu a casa dela, a perseguiu no trânsito, no trabalho e “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”. As investigações também apontavam que Robson teria interceptado ligações telefônicas da ex-amante para monitorar a localização dela em tempo real. Além disso, segundo a denúncia do Ministério Público, a estrutura da Polícia Civil, como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos e carros oficiais, teria sido usada para fins ilícitos e particulares pelo investigado. Justiça concede medida protetiva para mulher que denunciou Robson Cândido Quem é Robson Cândido O nome de Robson Cândido para o comando da PCDF foi o primeiro colocado em uma lista tríplice feita por policiais e referendado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) em 2019. O governador manteve o delegado à frente da corporação ao ser reeleito para o governo de Brasília, no ano passado. Antes da direção da Polícia Civil, ele chefiava a 11ª DP, no Núcleo Bandeirante. Em outubro de 2023, Cândido deixou o comando da PCDF, dias antes das denúncias contra ele virem a público. A ex-esposa e a ex-amante do delegado registraram boletim de ocorrência e pediram medidas protetivas contra o ex-diretor geral da Polícia Civil. LEIA TAMBÉM: CRIME DA 113 SUL: STJ julga nesta terça se solta homem condenado que nega participação nas mortes CLDF: corregedor quer arquivar suspensão de Daniel Donizet Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.